segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A porta de saída, o dono do mundo

Então os orifícios oráculos se reuniram para discutir quem era mais poderoso como dono do mundo.
Os olhos iniciaram a peleja:
- Nós tudo vemos, tudo analisamos...
Os ouvidos se defenderam:
- Mas se cegos, não há nada a escapar de nós, os ouvidos!
E foram retrucados pelas narinas:
- Ora, mas que audácia! Sem nossa presença, não há respiração, inspiração, expiração...
Só que a boca se manifestou:
- Inspiração? Expiração? Também faço isso! E ainda recito palavras sagazes e transformadoras!
Enquanto discutiam, um orifício calado ficava no seu canto, quieto, trancado. Nada dizia. Sentia-se preso.
Cada vez mais que se prendia, mais apertava sua angústia.
Nisso, os olhos começaram a lacrimejar; os ouvidos se entupirram; as narinas ofegaram; e a boca não se conteve:
- Solta aí, cu! Senão todo mundo explode!
Não havia mais dúvida, era ele o mais poderoso dono do mundo.

domingo, 15 de agosto de 2010

Vocaboilário

Vocaboilário é de nossa lavra,
O boi animal sagrado
Do tempo dos faraós.
Em São Luis festejado
No bumba alegre bailado
Que vem dos nossos avós.
Pois o boi, nossa ilha,
Que é sucesso, é maravilha,
Com festa no calendário,
Mereceu por seu valor,
Que este humilde trovador
Criasse o vocaboilário,
Assim conforme se prova
Por esta linguagem nova:
Boi que dança é boilarino,
Boi pedante é caboitino,
Boi do mato é boitocudo,
Boi pernóstico é boiçal,
Boi pau d’água é boirracho,
Boi farrista é boiêmio,
Que adora dançar boileros,
E suas mágoas abate na mesa do boitequim.
Porém se o casal é chique,
Vive a vaca na boitique,
Vive o boi na boiate.
Chapéu de vaquinha é boina,
De bezerro é boiné,
Moleque é boistroina,
E boi bom de boila é Pelé.
Boi da Bahia é boiano,
Que uma vez por ano vê
O Senhor do Boifim.
Tem nome de Ferdinando
O boi que anda reboilando,
Pondo as patas nos quadris
E movendo os olhos castos,
Adora cheirar nos pastos
Boínas e boi garis.
Boi que boicota o capanga,
Faz saboitagem na canga,
E aboimina o capataz.
É boi aboilicionista
Que só vantagens conquista
Nos reboiliços que faz.
É boi de fala boinita,
Boi forte, boi manda chuva
E quando faz seus comícios
Cultivando a flor do laço,
Lembra José Boinifácio
E Quintino Boicaiúva.
Defino o fim desta obra
E que boibagem se desdobra,
Ao invés de dizer "bye, bye",
Eu digo a vocês "boi, boi"

(Zé Brasil)

domingo, 25 de julho de 2010

Quando Deus cansa de brincar...

Ônibus indo a praia. De repente pergunto a uma senhora ao lado.
- Você não acha deus meio esquizofrênico?
A mulher, religiosa, finge não ouvir, preocupa-se com os cinco filhos pendurados nos ferros do lotação. Reclama em resmungos:
- Jesus Cristo de Nazaré, tudo gente mal educada, não vê as crianças.

Até que, depois de tantos lamentos, solta uma frase agradecida:
- Graças a Deus não está muito sol...
- Graças a deus? Eu queria que tivesse sol! Tá vendo porque ele é esquizofrênico? Eu fiquei torcendo pra abrir o tempo, e a senhora me vem agradecendo a deus por ele deixar o dia nublado. Culpa da senhora.

O motorista dá uma freada brusca e todos são jogados para frente.

No céu, São Pedro diz:
- Senhor, por que fizeste isto?
- Ah, me deu vontade, enjoei de brincar - disse Deus, largando o ônibus de brinquedo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Vale mais um sorriso falso ou um rosto fechado?
Extremos que vemos todos os dias.
Quem melhor responderia?
Uma alma superficial sedenta por euforia,
Ou um ente empático viciado na melancolia?

Entre um extremo e outro,
O espectro onde o olhar se cumprimenta
Ou se digladia.

Mais vale mesmo um sorriso que contagia,
Como se todo o tempo do mundo
Fosse oportuno.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pangaré

Ganhei um cavalo que me mostrou os dentes.
Disse que valia muito, e como não sou santo,
desconfiei.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Giroscópio

Escrever é pousar
O pensamento numa folha de papel.
É deixar-se levar psicografando a si mesmo.
É desenhar no ar duplas hélices,
Em trajetórias helicoidais,
Correndo como um cão corre
Atrás do próprio rabo,
Em tempos em que, muitas vezes,
Se faz do rabo alheio o parâmetro.
Isso quando o rabo alheio
Não sai do próprio rabo!

Surfar como um avião em queda,
Ou como um gavião em caça
Ou um átomo que brilha
Na constelação molecular,
Na matéria, na massa
Cinzenta e branca,
No movimento mental que envolve
A cintura escapular,
Ou A região pélvica
E penteia o topete da pelvis,
E pendurado pousa,
Pausadamente,
Paulatinamente.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Por favor, nome aos bois...

E se fosse habitual
O tribunal popular
Em cada Praça Central?
Se fosse distribuída
Em cestas básicas
A palmatória?
Que poderia ser utilizada
Em ano eleitoral,
Melhor que qualquer ficha
Suja ou limpa.
Os políticos que merecerem
Estarão convocados
A estar na Praça Central
Na data do pleito eleitoral
E receberiam a desforra
Da população jogada à
Esbórnia.
Isso seria justiça
Democrática,
Republicática,
Igualitática,
Nada de politiquês,
Nem economês,
Nem juridiquês.
Compreenderiam os tucanos,
Os faisões,
As aves de rapina
Que sobrevoam
A enciclopédica,
A verdadeira e popular
Gramática.



*1 Sérgio Dourado foi um milionário que investiu no mercado imobiliário carioca até falir.

*2 Não tenho a mínima ideia de quem seja Edson Carreira.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ah, Felicidade...

A Felicidade sempre me visita
Mas sempre vai embora...
Ela sabe que é de casa.
Tem a mania de ser arredia,
Escorregadia feito água viva,
E frágil como cristal.
Será que até o fim dos dias
Sempre voltará da forma vigorosa
Como sempre me apareceu?
Se sim, valerá a pena viver
Até meu último suspiro.

terça-feira, 18 de maio de 2010

explica essa...

Tive um sonho bizarro. Consegui de repente mover uma caixa de papel, depositada sobre uma mesa, usando apenas o poder da mente. Fiquei espantado mas ao mesmo tempo curioso, e passei a tentar repetir o feito. Não conseguia de jeito algum mover um centímetro da caixa. Às vezes movia, mas achava que era o vento.

Chegou um ponto que fiquei impaciente e angustiado, decidi desistir e esquecer meu breve poder de mexer as coisas com a mente, quando de súbito, aparece o Ronaldo, aquele que brilha muito no Corínthians, e me diz com sua voz característica:

- Calma, eu demorei três meses para conseguir isso!

Neste momento, ali parado e olhando fixamente para uma caixa de papel, não me surpreendi muito com o aparecimento do jogador, e continuei perseverante.

Aí acontece uma passagem de tempo... Ao redor de uma mesa e imerso num ar enfumaçado, amigos avulsos da faculdade opinavam sobre física quântica e o poder da mente. Até Ronaldo dava suas opiniões...

Ainda estou divagando sobre o significado disso tudo...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quem pede desculpa
Sempre leva a culpa
Por conta própria.

Quem pede perdão
Sempre fica na mão
De quem concede resposta.

Quem se vitimiza
Não se solidariza
Em dividir a culpa.

Quem sempre se culpa
Acaba viciado
Em desculpa fajuta.

Quem sempre se cobra
Carrega nas costas
A acidez das derrotas.

Quem sempre reclama
Só enxerga dificuldades
Na gama de possibilidades.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

"2014 é logo ali..."



Será que é pura teoria da conspiração, ou há mesmo esse interesse de que o Brasil deixe para ganhar a Copa em 2014, com toda seriedade?

Não que esse time do Dunga não tenha brios. Tem. O cara vem mantendo uma coerência há anos, e vem ganhando tudo que disputa. É uma coerência a la Dunga - que, (quem se lembra) era uma toupeira com cérebro do tamanho de uma noz no meio-campo, mas era um excelente cão de guarda como volante.

Daí a convocação do cara só ter volantes, pois é o que mais foi exportado para a Europa nos últimos tempos, junto com atacantes, claro. Todos esses volantes são "multifuncionais", podem armar jogadas - segundo a visão do "professor" Dunga. E essa é a tática, que vem funcionando desde 2006, quando descobriram a posição do "volante armador". Daí muitos volantes que sabiam um pouquinho de domínio da bola passaram a ser considerados verdadeiros armadores. Mas não são. O Kléberson é um grande exemplo disso: de 30 passes, acerta um que resulta num gol. Claro! Até eu quando jogava na rodó! Só que há uma grande diferença entre ser um armador e fazer isso.

Acontece que num jogo isso pode dar certo. A Itália foi campeã em 2006 jogando um futebol feio de ver. Ninguém do mundo escala a seleção da Itália de 2006. O Dunga aposta nisso: um futebol funcional.

Ele não é técnico, e por ter esse comportamento faz o contrário do que se vê no histórico de copas do mundo da seleção. Até o Parreira em 2004 arriscou o Ronaldo (hoje Gordômeno), que tinha 17 anos. Mal comparando, o Pelé estreou em Copas também com a mesma idade. Porra, uma seleção que não tem meia de criação, com tantos meias brasileiros jogando bem por aí, e o Dunga só chama o Kaká?? É "jogar só pra competir", o que é contra a filosofia da seleção brasileira!

A lista do cara tem Josué (quem?), Gilberto Silva (o vip da seleção), Doni (reserva do reserva do gandula no time dele), Kleberson (deu três passes certos nos últimos vinte jogos), Elano (um pouco melhor que Kleberson), Felipe Melo (jogador de empresário), Ramires, e à frente Kaká (que não é meia de criação, é quase um centroavante) e Júlio Batista (outro vip da seleção, mas às vezes acerta um urubu sem asa na gaveta quando entra no 2º tempo, e muitas vezes é um gol decisivo.

É. Pode dar certo. A Copa é um torneio de apenas sete jogos. O time passa da primeira fase em primeiro (Portugal treme quando joga contra o Brasil). O resto é mata-mata. Mas que vai ser feio de ver, vai.

Quando a intenção não é convocar os melhores, mas os mais rentávei$, acabou essa tradição e orgulho dos times que cedem jogadores. O verdadeiro objetivo nessa Copa é torrar o restante do dinheiro do passe desses todos esses volantes, que dificilmente jogarão outra Copa. Por isso Dunga quase fraquejou em convocar o Adriano, mesmo sabendo que o cara não tinha as mínimas condições de ser chamado. Aposto que se ele fizesse um gol contra o Corínthians na última quarta, mesmo de pênalti, ele iria ser chamado!

Mas, falando do Adriano, o que importa é a seleção de daqui a pouco! Deixa a Copa pra depois, afinal, como diria o Vanucci, "2014 é logo ali...."

Ou melhor, aqui.

Saudações Rubro-Negras!


Capa do Meia-Hora de hoje.

Observação

Os textos publicados aqui não refletem necessaria e momentaneamente o pensamento de quem os escreve.

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Mais, quero mais..."

Um dia o rei Roberto Carlos disse que gostaria de ter composto a canção "Qualquer Coisa", de Caetano Veloso.

Ah, eu também gostaria de ter composto uma música! "Vida", uma espécie de releitura chicobuarquiana de "I can get no satisfaction".

Comparação louca, não?

"I Can Get No Satisfaction... ´cause I tried!

When I'm watchin' my TV
And that man comes on to tell me
How white my shirts can be
But he can't be a man 'cause he doesn't smoke
The same cigarettes as me

When I'm drivin' in my car
And that man comes on the radio
He's tellin' me more and more
About some useless information

Supposed to fire my imagination
I can't get no, oh, no, no, no
Hey, hey, hey, that's what I say"

"Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
(...)
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais"

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Conto do pintor

"Conto do pintor", a música cantada originalmente por Moreira da Silva, e sua versão setentista feita por Jards Macalé, do álbum "Contrastes" (1977), no vídeo abaixo.

Conto do Pintor
Moreira da Silva
Composição: Miguel Gustavo

Desembarquei fantasiado de pintor
No aeroporto já encontrei o Ibrahim
Fez um discurso e apresentou-me ao Dourado
que já de cara deu apartamento para mim.

- Moringueira vais levar um duplex?
- É o seguinte, eu não mereço, eu não mereço tanto. É muita gentileza sua.

Fomos direto ao museu de arte moderna
A grande obra de madame Guiomar
Condecorando-me com a ordem do vaqueiro
O Chateaubriand quase chegou a me estranhar

- Embaixador, deixa isso pra lá. Vossa excelência que é o admirador e protetor das artes do Brasil.

Mas ali mesmo demonstrei o meu talento
Pintei triângulos redondos e um quadrado todo oval
Eles olhavam perturbados e diziam
"Esse Moreira é um artista genial!"

Mais que depressa eu vendi noventa quadros
Depois de dar uns dois ou três em benefício
Entrevistado pelo Rúbens do Amaral
eu respondi "ora, que nada, é meu ofício"

Pintei vassouras com feitio de espadas
Pintei espadas qual vassouras
Retirei-me do local
Mas a ilustríssima platéia delirava
"Esse Moreira é um artista genial!"

Pintei um quadro só por fora das molduras
Eu joguei tinta nas paredes todo mundo achou legal
Eu comi rosas e as madames exclamaram
"Esse Moreira é um artista genial!"

E eu que não pintava nem nos muros da Central!

Mais que depressa eu vendi noventa quadros
Depois de dar uns dois ou três em benefício
Entrevistado pelo Rúbens do Amaral
eu respondi "ora, que nada, é meu ofício"

Pintei vassouras com feitio de espadas
Pintei espadas qual vassouras
Retirei-me do local
Mas a ilustríssima platéia delirava
"Esse Moreira é um artista genial!"

Fui à Brasília dei um quadro de presente ao maioral. Era um triângulo redondo, mas Nonô achou legal.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

As águas estão certas

O Rio de Janeiro é uma cidade peculiar. Uma metrópole situada num local cuja natureza geográfica nunca aceitaria um crescimento urbano intenso. A faixa entre a serra e o mar é relativamente estreita e extremamente acidentada para o brotamento de centenas de arranha-céus deslumbrantes, milhares de vias asfaltadas por onde circulam milhões de carros diariamente, incontáveis esqueletos de casas nos morros, e uma arrebatante cultura que privilegia sempre o privado sobre o público.

Este não foi o primeiro temporal que castigou o dia-a-dia do carioca. Também não será o último. Todos os anos as águas de março fecham o verão sem a mínima beleza dos versos de Tom Jobim. Nos pontos de sempre, a água chega até os joelhos, alagamentos param o trânsito por horas, entes queridos são perdidos, vitimados por deslizamentos ou enchentes.

Quero repetir: esta situação ocorre nos pontos de sempre. Nunca governante algum, prefeito ou governador, realizou obras de infra estrutura que contivessem este problema anual. Como no atual governo, privilegiaram sempre obras de maquiagem, para agradar os olhos e iludir os eleitores. Infra estrutura nunca entra na "agenda" dos políticos.

Neste ano, após o caos, o prefeito Eduardo Paes prometeu investir R$ 100 milhões em obras emergenciais. Depois da tempestade, depois da portaria arrombada, movem-se os traseiros. Durante todo verão este comportamento se repete, como no caso da epidemia de dengue. É bom lembrar que a epidemia de dengue não está dissociada das consequências dos temporais. Os nascedouros do mosquito têm origem justamente na soma do lixo com a água da chuva que não é escoada.

Quem passa pela região do Cais do Porto, na avenida Rodrigues Alves, sob o viaduto perimetral, vê como é a cara de todas as administrações que passaram pelo Rio de Janeiro. No extremo mais próximo ao Centro do Rio, há imensos tapumes da Prefeitura persuadindo a população de que este será o "Porto Maravilha", de braços abertos para investimentos privados. Mas nos locais esquecidos pelos investimentos, vê-se o retrato do abandono: lixo, muito lixo, esgotos que entopem em qualquer chuva e chegam a invadir as calçadas esburacadas, ruas escuras, sentimento de insegurança. E este exemplo do abandono é tão descarado que este cenário se encontra justamente à frente da rodoviária da cidade, onde gente de todo Brasil chega de ônibus ao Rio de Janeiro.

Não são apenas moradias de favelas que estão situadas em áreas de risco em encostas. Mansões no Recreio dos Bandeirantes, em São Conrado e em outros bairros de alto IPTU abrigam casas que, mesmo regularizadas, possuem iminente perigo de deslizarem. Da mesma forma, sempre ouvi dizer que os bairros da Barra e do Recreio estão num terreno arenoso que pode ruir sob condições intemperismo intenso. Lógico que haverá engenheiros com respostas prontas negando tais afirmações, mas diante de nosso clima indomável, não haveria motivo para preocupações e prevenções?

A cultura inabalável do privado sobre o público é uma verdadeira endemia carioca. Muitas ruas alagam sob qualquer chuva porque os bueiros entopem simplesmente devido ao comodismo de moradores que pensam que fazem suas partes ao colocar os lixos domésticos em sacolas plásticas amarradas no chão da calçada, ao pé dos postes. Meses atrás um menino de oito anos morreu em consequência da chuva no bairro de Quintino. As águas que ali corriam levavam amontoados de sacolas de lixo. Na Rua do Resende, no bairro da Lapa, basta chover um pouco mais forte para a maré bater na canela, e as causas são as mesmas: lixo na calçada.

Enquanto remediar for mais viável que prevenir, apenas por ser mais barato, enfrentaremos este problema. A culpa não é da chuva intensa, afinal, num país tropical, abençoado por Deus, nesta estufa chamada Mata Atlântica, entre a serra e o mar, não importa se há cristos redentores ou viadutos, arranha-céus ou barracos, as águas de março virão anualmente fechar o verão, como sempre o fizeram, muito antes de serem cantadas em versos.


quarta-feira, 24 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais uma propaganda da guerra na telona

Uma crítica ao filme "Guerra ao Terror" (The hurt locker, 2009)

Claro que os filmes sobre guerra de hoje não são como os de antigamente. Silvester Stalone jamais seria chamado para refazer um novo tipo de Rambo, o herói que leva a bandeira dos Estados Unidos até o quinto dos infernos, mata milhões, não recebe um tiro e ainda conta piadinhas. Aliás, as piadinhas são um vício da prepotência estadunidense. Em todas as cenas de conflito há espaço para elas: significa que os "heróis" são lúcidos e seguros até em momentos de crise.

"Guerra ao Terror" até que mostra os conflitos mentais de seu herói, já que se trata de um experiente desarmador de bombas (daí o título original "The Hurt Locker", muito diferente do "slogan" que colocaram na versão brasileira, "Guerra ao Terror"). Mas em vez de seus conflitos atentarem para o que todo cidadão planetário de bem pede, ou seja, a paz, o herói do filme confirma a guerra, pior, a justifica, assim como parece pretender os produtores de Hollywood. A guerra além de ser "um vício", como diz o filme, gera muito dinheiro, seja tacando bombas, seja propagando o terror.

A mim, cidadão brasileiro, planetário e cinéfilo, menos me deixa pasmado o fato deste filme ter recebido o Oscar (já que ele é feito para a "America", e não para nós) do os aplausos de nossos ilustríssimos críticos de cinema, que tanto formam a opinião dos leitores.

Continuamos importanto "rambos enlatados" para passar em nosso horário nobre.

domingo, 21 de março de 2010

Eu ou Marx?


Da série: Grandes Dúvidas Existenciais
Fausto Wolff

As grandes dúvidas existenciais me perseguem desde sempre. Não importa aonde eu vá ou aonde esteja, elas estão enchendo:

- Não vem que não tem. Nós, as grandes dúvidas existenciais, já te vimos e não vamos largar do teu pé.

Nem na cama me dão paz. Outra noite, acordei suado, febril. Uma dúvida enorme pousada sobre meu peito perguntava:

- Deves escrever um artigo mandando todos os grandes publicitários do Brasil tomar na BUNDAS ou deves fundar uma revista chamada HIPOCRISIAS e pedir a colaboração de todos os publicitários do Brasil?

Fui ao banheiro fazer pipi e uma dúvida existencial menor gritou:

- Tens de ficar respingando em cima de mim ou deverias te dedicar a ações mais nobres, como tirar as dúvidas da população sobre as dúvidas do Ciro Gomes?

Essa dúvida em verdade era um dúvido, pois embora mais baixinha, tinha a cara do Harpo Marx. Deixei-a se limpando dos respingos e fui fazer um café. O dúvido saltou sobre a mesa e aproveitei para inquirir.

- Existe todo tipo de dúvida existencial?

E ele:

- Existe. Eu trato das causas menores, como por exemplo a dos protozoários que vivem dentro do cu de um rato morto. Estão sempre olhando para o lado de dentro (como as criaturas de Platão na caverna) e se perguntando: “Diante deste espaço infinito, devemos duvidar da existência de outras criaturas inteligentes?”

- Fala de um outro tipo de dúvida aí – disse eu, como os dois milhões de repórteres da TV que não sabem xongas sobre quem estão entrevistando.

Marx tirou uma luneta de gabardine.

- Neste momento – respondeu ele – há uma grande dúvida emergente atormentando o banqueiro Lordoso Rochinho. Tem quase noventa anos e é um dos maiores ladrões do Brasil. Está se perguntando em voz alta: “Uma vez que já sou triliardário em dólares, não deveria parar de roubar?” Sua mulher, dona Nenzinha, porém, acaba de matar a dúvida a tapa. “Deixa de frescura, Lordô, e pensa nos nossos tataranetos que ainda não nasceram.”

Marxinho acabou de tomar o café enquanto me ouvia dizer:

- Pensei que as grandes dúvidas existenciais só atacassem grandes homens como eu.

- Que nada, rapaz, existem mais dúvidas do que criaturas – disse ele, botando a lutena no olho direito. - Neste momento, por exemplo, Fernando Collor deve estar se perguntando se deve usar uma gravata Hermés, aspirar Erythroxylaceae por via anal ou ser prefeito de São Paulo. Lula não sabe se no próximo encontro com ACM lhe dá um beijo nos lábios ou nas mãos.

E Sua Majestade, Fernando Henrique Cardoso? - perguntei cheio de esperança.

- Neste momento, aproveitando-se do profundo sono de dona Ruth, ele se olha no gigantesco espelho do Palácio. Diante de tamanha beleza desvairada, diante de tamanha erudição sorbônica, se pergunta: “Devo mudar de marca de xampu ou devo pôr uma fita de seda nos cabelos? Devo incendiar o Brasil ou devo cair de joelhos diante de mais de 200 milhões de brasileiros e pedir perdão?”

Marx pulou da mesa e disse:

- A conversa está muito boa mas tenho...

E eu, interrompendo-o:

- Você não podia me dizer antes de ir embora qual será a decisão de Sua Majestade?

- Fita no cabelo é barbada e, entre as dúvidas existenciais, está devolvendo capital. Mais alguma coisa ou posso ir embora?

- Me tire uma última dúvida. Por que os meninos pensam mais do que as meninas e as meninas falam mais do que os meninos?

- Essa é mole. Os meninos têm duas cabeças e as meninas quatro lábios.

O dúvido vai embora e eu, nervoso em relação ao destino do Brasil, bebo meio litro de uísque de estalo. Uma lagosta sai de um buraco da parede. Será mais uma grande dúvida existencial que vem me assolar ou não passa de um reles delirium tremens de pobre jornalista tropical? Eu ou Marx?

Publicação original na Revista Bundas, 22 de setembro de 1999

sexta-feira, 12 de março de 2010

Adriano, imprensa e preconceito

Todos sabem a origem de Adriano. Se não fosse pelo futebol, talvez se enquadaria na lógica do "preto, pobre e favelado". Mulato, milionário e recebido em qualquer lugar do mundo, Adriano assumiu a todos o gosto pela favela. Em Roma não havia churrasco regado na lage e todo clima noturno da favela carioca, um refúgio para o atacante. Adriano também não consegue esconder as turbulências pessoais, que a imprensa fareja como um rato acha o queijo.

Flamenguista e favelado. Tais características transformaram-se, na cabeça das pessoas, sinônimo de mau elemento. No caso de Adriano, que tem origem em um dos locais onde o tráfico de drogas mais se instaurou no Rio de Janeiro, associá-lo ao consumo de entorpecentes não é tarefa difícil.

Ainda não compreenderam, por descaso ou ignorância, a origem de Adriano.

"Nunca usei drogas, nunca provei nada. Quando falam do Adriano aumentam demais. De repente é porque moro na favela e aí associam. Mas lá tem coisas boas, pessoas boas, não vou sair de lá . Sempre fiz os exames e nunca fui acusado. Aí fico chateado porque as pessoas botam isso no jornal e tenho minha família. Ela se preocupa. Não tem nada ver. Meu filho vai à escola e vão dizer: 'seu pai é drogado'. Antes de falarem, têm de saber o que aconteceu."

A chamada para a reportagem onde se encontra este depoimento dizia que Adriano acusou preconceito, mas não dizia qual nem de quem.

Deve ter sido da terceira pessoa. Sabe a terceira pessoa? Aquela onde o sigilo da fonte do jornalista mais aparece.

- Adriano, dizem que você anda usando drogas. Isso é verdade?

O preconceito da imprensa foi preconceito social.

Matei um besouro


Um zumbido repentino me roubou a concentração, e quando olhei era um besouro posado de ponta cabeça ao lado da luz da sala. Não o queria ali, pois alguns insetos têm frequentado este apartamento ultimamente, sinal de que eu preciso arrumar isso aqui urgente. Olhei sua casca grossa e percebi que também me encarava. Era necessário uma medida drástica, pois certamente ele não me compreenderia e sairia em seguida voando pela janela. Mas não quis ser cruel. Dei-lhe duas opções: receber nesta casca grossa o perfume de um odorizante ou receber um belo jato de inseticida. Lógico que ele não iria me responder com palavras, então segurei cada lata com uma das mãos, levei-as às costas e sorteei sem olhar."Direita ou esquerda?" O besouro ficou em dúvida, precisava de ajuda, um inseto não é um bicho muito inteligente. Perguntei então de outra forma: "você é um besouro conservador ou é um besouro revolucionário?" Como um fóssil, ele não se movia, demonstrando muita tranquilidade. Este besouro não se intimidava em conviver com humanos. Devia ser um besouro revolucionário. Era de esquerda, sem dúvida. Apertei a mão esquerda e disse: "Seu destino está traçado, besouro".

Juro, eu não sabia qual mão segurava qual lata. Também não consegui associar qualquer relação com o que chamam de "esquerda", mas foi Uma pena a mão direita segurar o odorizante, talvez o besouro não morresse. Após o jato, ele caiu em espiral até o chão, exibiu a barriga amarela para cima, sacudiu as perninhas por uns instantes e aí sim virou um fóssil.

Não sei se tive pena do besouro. Este era seu destino.

quarta-feira, 10 de março de 2010

nhac

Tenho fogo.
Mas não tenho fogão.

Às vezes passo os dias cozinhado
Numa panela de pressão.
Às vezes passo os dias cozinhando, ,
Todos os meus dias
Só para degustação.

Às vezes mato,
Às vezes morro,
Às vezes caço,
Às vezes corro.

Às vezes olho nos olhos,
Às vezes dento os dentes,
Às vezes mordo.

Às vezes entro em ebulição no são e salvo baile paroquial.
Às vezes fervo na mais fria estação e esquento o canavial.
Às vezes grito no pé do ouvido de quem quiser escutar.
Às vezes ouço inadvertido o que o outro tem a gritar.

Às vezes, como um bicho, como com a mão,
Às vezes como mesmo cru ou mesmo frito,
Às vezes passo os dias mergulhado em banho Maria.
Às vezes ardo, queimo como cristalizado gelo ou como chama viva.

Tenho fogo mas não tenho fogão

domingo, 17 de janeiro de 2010

A Tábua de Esmeralda

Tabula Smaragdina

(1) Verum sine mendacio, certum et verissimum:
(2) Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.
(3) Et sict omnes res fuerunt ab Uno, mediatione unius, sic omnes res natæ fuerunt ab hac una re, adaptatione.
(4) Pater ejus est Sol, mater ejus Luna;
portavit illud Ventus in ventre suo; nutrix ejus Terra est.
(5) Pater omnes Telesmi totius mundi est hic.
(6) Vis ejus integra est, si versa fuerit in Terram.
(7) Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio.
(8) Ascendit a terra in cœlum, interumque descendit in terram et recipit vim superiorum et inferiorum.
(9) Sic habebis gloriam totius mundi.
(10) Ideo fugiet a te omnis obscuritas.
(11) Hic est totius fortitudinis fortitudo fortis: quis vincet omnem rem subtilem omnemque solidam penetrabit.
(12) Sic mundus creatus est.
(13) Hinc erunt adaptationes mirabiles quarum modus est hic.
(14) Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiæ totius mundi.
(15) Completum est quod dixi de Operatione Solis.

Tábua de Esmeralda (tradução)

(1) É verdade, certo e muito verdadeiro:
(2) O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
(3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
(4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;
(5) O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
(6) Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.
(7) Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
(8) Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
(9) Desse modo obterás a glória do mundo.
(10) E se afastarão de ti todas as trevas.
(11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.
(12) Assim o mundo foi criado.
(13) Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
(14) Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.
(15) O que eu disse da Obra Solar é completo.

Coração azulejado

E posto o pranto fatigando o coração
Quebranto e doce, de azulejo de algodão.
Pensou que fosse primazia da emoção,
Que por espanto dispersou o seu cordão.

Logo atirou-se num abismo redentor.
A fresca brisa descaída era vetor,
Vapor etéreo d'um impregnante olor
Do fatigado azulejo a recompor.

O coração quebranto novo nesta queda
Partiu-se em cacos, pulverizou-se
Em cinzas sem meta nem querela.

De cima flerta tinta tenra e incerta,
Anil que noutro dia esverdeuou-se,
Como a dor já não sentida pois singela.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Repente

De repente
Tudo o que precisa
Agora
são uns 7 ou 8 clichês

De repente
Não mais que de repente
O amor foi deixado
Por motivo burguês

De repente
Quando a vida se engana
O coração reclama
Do que não é capaz

Não explique
Por você ter saído
O que não tem sentido
É que eu sinto demais

Roberta Sofia Estevam Loren

Pô!

Senti dor, sem ti, dor
Sem ti, dor, senti dor

Sem sentido
Sem tido ou sido
Se devo, se levo,
Não nego, não sinto
Se tido, me tive
Metido entretido

No pretérito,
ou aurélio
no cérebro,
nem sóbrio,
nem ébrio,

nem falo sério,
Misto mistério
Meu isto,
Me disto, me dispo,
Me diz, pô!
- Pô!
- Há!

Verborrágico

Oniomania farmacêutica,
Pirocleptomaníaco,
Paranormalidade médica,
Protocolaridade mágica,
Onanismo masoquista,
Catatonia contemporânea,
Esquizofrenia nostálgica,
Afro-nipo-anglo-brasileiro,
Demoniacamente democrático,
Taciturnamente verborrágico!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh!

Três por quatro

Minha sorte
Vem sortida
Com surpresa
Sem certeza,
Tão surtada,
Tão vadia,
É de graça,
De bandeja.

Minha morte
Vem tardia.
Se espero,
Eu não vivo.
Vou sincero,
Vou sem medo.
Nem preciso
Sobreaviso.

Minha vida
É sadia.
Adoece
De tristeza.
Paraliza
Se vazia
E se move
De alegria.

Vou sambando,
Desvalido,
Vou trotando,
Enlouquecido,
Amanheço
Taciturno,
Anoiteço
E me mudo.

Retado retardado

Não vou voltar pro meu sertão
Pois nunca estive por lá
Eu peguei minha viola
E enchi minha sacola
Fui sair pra vadiar.

Meu sertão é o meu mar,
Meu riacho é minha rua.
Sou um cidadão do campo,
Sou capiria com um trampo
Meu trabalho é caminhar.

Nas porteiras sempre abertas,
Vou seguindo em linha reta
Vou entrando em bar em bar.
Pois a pinga é minha água,
Minha vida é na estrada,
Já passei neste lugar.

Instant Karma

"Você se acha uma estrela??? Pois você é!!!"



Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right on the head
You better get yourself together
Pretty soon you're gonna be dead
What in the world you thinking of
Laughing in the face of love
What on earth you tryin' to do
It's up to you, yeah you

Instant Karma's gonna get you
Gonna look you right in the face
Better get yourself together darlin'
Join the human race
How in the world you gonna see
Laughin' at fools like me
Who on earth d'you think you are
A super star
Well, right you are

Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well we all shine on
Ev'ryone come on

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you off your feet
Better recognize your brothers
Ev'ryone you meet
Why in the world are we here
Surely not to live in pain and fear
Why on earth are you there
When you're ev'rywhere
Come and get your share

Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah we all shine on
Come on and on and on on on
Yeah yeah, alright, uh huh, ah

Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah we all shine on
On and on and on on and on

Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah we all shine on
Like the moon and the stars and the sun

soltinhos...

Por favor, meu amigo,
Me perdoe esta pequena intromissão,
Nesse mundo tenho visto
A conseqüente solidão,
Companheira nestes caminhos
Tão personalísticos.
Num mundo endividado de dúvidas,
Cada passo é único,
Mas muitos outros virão.
E pés e mãos e mente e corpo,
Agimos conforme queremos
Pois assim nos é dito,
Mas não nos preocupamos muito
Em dar as mãos.

Salve Moria

Ganhei um cavalo que me mostrou os dentes.
Disse que valia muito!
Mas como nem sou santo,
Claro que desconfiei...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Que na televisão tudo é falso, todos sabemos. Faz parte de nossa anestesia diária a adertência de que o que ela mostra é inverossímil. Inclusive os noticiários diários, cada vez mais exuberantes e menos significativos, pelo bem da santa ignorância.

Do cérebro do âncora só sai merda, por isso ele lê um teleprompter. Enquanto o daquela emissora vê como Homer Simpson todos os que se sentam à sua frente, o desta emissora não consegue imaginar felicidade diferente da felicidade da alta sociedade em que frequenta.

“Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. Dois lixeiros! O mais baixo da escala do trabalho…”



Boris Casoy, o âncora que sempre pregou o moralismo cidadão em rede nacional, foi pego no flagra, totalmente nu, sem as vestes da hipocrisia.

São raras as vezes, mas a televisão também pode contar verdades ao telespectador.

Duas duras realidades

Dura realidade I "Quando a lenda se transforma num fato, publica-se a lenda", disse o jornalista sensacionalista do clássico f...