segunda-feira, 1 de abril de 2019

Duas duras realidades

Dura realidade I
"Quando a lenda se transforma num fato, publica-se a lenda", disse o jornalista sensacionalista do clássico filme dirigido por John Ford, "O homem que matou o facínora", de 1963. Falei da frase numa aula de formação de público de cinema para uma turma de oitava série de uma escola pública da Barra (os alunos eram de Rio das Pedras), e uma menina, quando me despedia de todos, chamou-me a atenção: "Tio, a frase não seria: 'quando a lenda se transforma em realidade, publica-se um livro'?" Brilhou nos olhos questionadores dessa menina, quieta durante toda aula entre suas colegas travessas, uma esperança curiosa. Eu expliquei a frase do filme, ela entendeu e ainda citou como exemplo a Globo e sua atuação nas manifestações. Pairou um ceticismo após ela dizer que não acreditava em lendas, e eu citei duas que viraram livros (e filmes): Betinho e Chico Mendes, dois nomes desconhecidos por ela. Pedi para que pesquisasse. Depois a diretora da escola veio me dizer que a menina tinha síndrome do pânico e que sua mãe já tentou matá-la...
Dura realidade II
Em outra escola, dessa vez na Cidade de Deus, perguntei se os alunos conheciam algum lugar que, como nos filmes de faroeste, era uma terra onde a lei era a da bala... Pergunta provocativa, claro. Resposta de bate-pronto: "é aqui mesmo, fessô!"

Duas duras realidades

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