E posto o pranto fatigando o coração
Quebranto e doce, de azulejo de algodão.
Pensou que fosse primazia da emoção,
Que por espanto dispersou o seu cordão.
Logo atirou-se num abismo redentor.
A fresca brisa descaída era vetor,
Vapor etéreo d'um impregnante olor
Do fatigado azulejo a recompor.
O coração quebranto novo nesta queda
Partiu-se em cacos, pulverizou-se
Em cinzas sem meta nem querela.
De cima flerta tinta tenra e incerta,
Anil que noutro dia esverdeuou-se,
Como a dor já não sentida pois singela.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
domingo, 17 de janeiro de 2010
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