Tenho fogo.
Mas não tenho fogão.
Às vezes passo os dias cozinhado
Numa panela de pressão.
Às vezes passo os dias cozinhando, ,
Todos os meus dias
Só para degustação.
Às vezes mato,
Às vezes morro,
Às vezes caço,
Às vezes corro.
Às vezes olho nos olhos,
Às vezes dento os dentes,
Às vezes mordo.
Às vezes entro em ebulição no são e salvo baile paroquial.
Às vezes fervo na mais fria estação e esquento o canavial.
Às vezes grito no pé do ouvido de quem quiser escutar.
Às vezes ouço inadvertido o que o outro tem a gritar.
Às vezes, como um bicho, como com a mão,
Às vezes como mesmo cru ou mesmo frito,
Às vezes passo os dias mergulhado em banho Maria.
Às vezes ardo, queimo como cristalizado gelo ou como chama viva.
Tenho fogo mas não tenho fogão
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
quarta-feira, 10 de março de 2010
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