quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vai gostar de si (depois me diz se o gosto é bom)

Sempre pedem novas provas
Mas nunca ninguém prova nada.
Se a vida é um jogo, e a prova é dura,
Vai provar minha jogada?

Vamos juntos nesta empreitada.

Se hoje é a nossa vez, já sei
Qual vai ser a minha cartada.
E digo, e aposto, e pago, e provo
A proposta está fechada.

Então vá gostar de si depois me diz se o gosto é bom.

Equivocada...

Mas não aprovo essas condutas
De quem não aprova nada.

Golpes e gritos de amor

Há um capítulo no Kama Sutra chamado "Golpes e gritos de amor", que eu adaptei da seguinte forma:

Se o amor, por natureza,
É sentir suavidade na dureza,
Vou te surrar com amor
Te violentar com uma flor,
E atiçar o prazer desta doce dor.

Minha natureza é ser mais duro que você,
Deixei a piedade na saída.
Mas te vejo delicada e tão tímida.
Se eu bater, será que você grita?

Mas se a paixão sufoca,
E a postura especial excita,
Valem estes costumes do país:
O homem é quem escreve,
E a mulher é quem diz.

Mas muitas vezes a paixão inflama,
E o pensamento não tem causa ou consequência,
Assumo esta pura violência,
E te aprisiono nos lençóis da minha cama.

O sexo perturba o equilíbrio
Com anseios e desejos pitorescos
Que afloram a imaginação de um homem,
E quando faz amor é mais estranho que grotesco.

E cavalgamos feito cavalo alado
Explorando a relva deste vasto prado,
Mas não exerga, feito cego que tateia,
Crava unhas, mostra dentes,
Cerra punhos, reza o terço.

Procure sempre recordar:
Ela é mais fraca que você,
Mas sua paixão é bem mais forte,
E como nem todas gostam de apanhar,
Pense duas vezes pra ver no que vai dar.

Vi você por aí

Vi você naquela esquina,
Na vitrine da sapataria
Ao lado de uma esguia manequim
Se puxasse assunto,
Ou ao menos desejasse bom dia,
Talvez você não estivesse afim.

Achei você na janela do metrô
Aglomerada entre milhares de olhares,
Olhares sem sentido.
O metrô freou,
A gente se esbarrou,
O friozinho na barriga
Que você sentiu
É o mesmo que eu sinto

Se eu for, você vem?
Nossa volta é nossa ida,
E assim nos encontraremos
Sempre em alguma esquina
Em inesperadas quinas,
Em nossas próprias ilhas,
Em pilhas e pilhas
De sinas,
E os demais sinais
Iluminarão nossos ais.

Ontem sonhei com você
E até pensei em ligar de madrugada
Sei bem como seria
Seu sorriso antes de me atender.

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