Passo
Sou mais um elemento desta manada
Que fecha os olhos para a bela vista da Baía de Guanabara.
Abrem-se as porteiras, cerram-se os gestos,
Abraços tão distantes, braços tão pertos,
Cada um por si, deus contra todos,
Neste pega pra capar corra atrás
Do seu lugar.
Sento ao lado de uma bela donzela.
Será que traça um futuro
Ou já está com a vida traçada?
Postes ambulantes enforcados
Por terno e gravata,
Gaivotas voam baixo
Preocupadas com noticiários.
Sereias saem da água poluída,
Estampam os outdoors.
Bois ruminam resmungos aos berros.
A barca do inferno está a zarpar
Até a Terra de Arariboia.
A independência já foi compreendida,
Resta abandonar o barco.
Ou seria o berço?
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
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