Presto
Mas não valho nada.
Andante,
Personagem importante
Da história desta rua
Além da beira da estrada.
Alegro,
Sorrio, divirto, rio
Às vezes sai até gargalhada.
Alegro mas nem tanto.
Faço do choro pranto:
O ritmo de bate-pronto
Faz bater o coração
E um poema meio tonto,
Recitado de canto em canto,
Pode até virar canção.
Moderado,
Será que passo calculado
Também dança?
Ou simplesmente,
Bate o ritmo no peito,
Contagia de jeito,
E o suingue sai da pança?
E o poema que foi música
Contagia a nova musa
E isso tudo vira dança.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Egotrip blues
Eu avisei
Não se equilibre no meu eixo
Você pode até cair de queixo
É que eu ando meio
Desequilibrado demais.
Calibrei a cabeça uns minutos atrás
E ainda quero que você me queira
Porque eu lhe quero demais.
Você me diz:
"Tomou o mundo num só tiro,
Mas o seu alvo é o seu umbigo"
E eu te digo:
Essa ressaca vai durar muito mais
E se nao se importar com o que ficou pra trás,
Apenas quero que você me queira
Porque eu lhe quero demais.
E vou dizendo
Sobre esse papo egoísta
Quem não arrisca não petisca
Que bom seria
Se ao meu lado você ficasse em paz,
E se não quiser pra mim tanto faz
Mas ainda quero que você me queira
Porque eu lhe quero demais.
Não tem mais jeito
Tomei um rumo imperfeito
Onde seus passos são suspeitos
E nesta hora
Se um é bom então dois é demais
Só não vou lhe esperar se ficar pra trás
Mas ainda quero que você me queira
Porque eu lhe quero demais.
Entrelinhas de um poema de Drummond
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Pirraça da cultura de massa
Ah, essa cultura de massa,
Monocultura plantada em toda praça,
Feito estátua que faz pirraça,
Por um migalho de atenção
Não importa se são ratos,
pombos, homens ou macacos,
Contanto que sejam consumados,
Consumidores em prestação
De tempo, dinheiro e espaço.
Mas se tudo isso for escasso,
Ditam dos primeiros aos últimos passos,
O caminho, o sentido e a direção.
Monocultura plantada em toda praça,
Feito estátua que faz pirraça,
Por um migalho de atenção
Não importa se são ratos,
pombos, homens ou macacos,
Contanto que sejam consumados,
Consumidores em prestação
De tempo, dinheiro e espaço.
Mas se tudo isso for escasso,
Ditam dos primeiros aos últimos passos,
O caminho, o sentido e a direção.
Disse-me-disse
"Deve haver como sair daqui",
Disse o bandido ao juiz.
"Deve haver muita confusão por lá",
Disse o juiz ao marajá.
"O melhor caminho é passar rente"
Disse o empresário ao presidente.
"O melhor caminho causa dor"
Disse o delegado ao governador.
"Por quê você saiu da pista?"
Disse ao estudante o jornalista.
"Por quê você não deu um jeito?"
Disse o miliciano ao prefeito.
"Envie currículo com retrato"
Disse o barão ao candidato
"Envie dinheiro para ganhar felicidade"
Disse o pastor à caridade
Tanto
Disse-me-disse-me-disse-me-disse-me
tanto
"Meu amor é fato consumado"
Disse a menina ao namorado
"Meu amor é faca de dois gumes"
Disse o menino com ciúmes.
"Meu prazer sou eu quem dou valor"
Disse a piriguete ao zelador
"Meu prazer dedico a quem quiser"
Disse aquele gay àquela mulher
"Minha vida desta vez sou eu quem faço"
Disse a filhinha ao seu padrasto
"Minha vida agora está em suas mãos"
Disse o ateu ao ermitão
"Me dá tudo senão eu vou chorar"
Disse o garotão no colo da babá
"Me dá um pouco antes que acabe"
Disse o mendigo a seu compadre
Tanto
Disse-me-disse-me-disse-me-disse-me
tanto
Disse o bandido ao juiz.
"Deve haver muita confusão por lá",
Disse o juiz ao marajá.
"O melhor caminho é passar rente"
Disse o empresário ao presidente.
"O melhor caminho causa dor"
Disse o delegado ao governador.
"Por quê você saiu da pista?"
Disse ao estudante o jornalista.
"Por quê você não deu um jeito?"
Disse o miliciano ao prefeito.
"Envie currículo com retrato"
Disse o barão ao candidato
"Envie dinheiro para ganhar felicidade"
Disse o pastor à caridade
Tanto
Disse-me-disse-me-disse-me-disse-me
tanto
"Meu amor é fato consumado"
Disse a menina ao namorado
"Meu amor é faca de dois gumes"
Disse o menino com ciúmes.
"Meu prazer sou eu quem dou valor"
Disse a piriguete ao zelador
"Meu prazer dedico a quem quiser"
Disse aquele gay àquela mulher
"Minha vida desta vez sou eu quem faço"
Disse a filhinha ao seu padrasto
"Minha vida agora está em suas mãos"
Disse o ateu ao ermitão
"Me dá tudo senão eu vou chorar"
Disse o garotão no colo da babá
"Me dá um pouco antes que acabe"
Disse o mendigo a seu compadre
Tanto
Disse-me-disse-me-disse-me-disse-me
tanto
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Eu vi
Eu vi
Você mijou no muro
Eu vi
Você fumou bagulho.
Você andou bebendo antes de dirigir,
Você matou a aula pra se divertir
Eu vi
Você parado na esquina
Eu vi
Você pagou propina
Você mentiu porque sentia medo
Você se atrasou pra não sair da cama cedo
Eu vi
Você saindo com vampiros
Eu vi
Você iludindo os próprios filhos
Você se omitiu foi por pura fraqueza
Você se enganou por não aguentar a própria certeza
Eu vi
Você pisou na flor
Eu vi
Você traiu o seu amor
Você traiu em próprio benefício
Você deu uma volta lá no baixo meretrício
Eu vi, mas fique bem.
Eu já fiz isso tudo também
Deu na telha,quem é que nega?
Quem aqui vai atirar a primeira pedra?
Você mijou no muro
Eu vi
Você fumou bagulho.
Você andou bebendo antes de dirigir,
Você matou a aula pra se divertir
Eu vi
Você parado na esquina
Eu vi
Você pagou propina
Você mentiu porque sentia medo
Você se atrasou pra não sair da cama cedo
Eu vi
Você saindo com vampiros
Eu vi
Você iludindo os próprios filhos
Você se omitiu foi por pura fraqueza
Você se enganou por não aguentar a própria certeza
Eu vi
Você pisou na flor
Eu vi
Você traiu o seu amor
Você traiu em próprio benefício
Você deu uma volta lá no baixo meretrício
Eu vi, mas fique bem.
Eu já fiz isso tudo também
Deu na telha,quem é que nega?
Quem aqui vai atirar a primeira pedra?
Da mídia
Mesmo que me diga que eu estou na frente
Não quero ver
Mesmo que você diga
Que temos tudo a ver
Não quero ser convidado
Pra festa do seu advogado.
Regada de tudo aquilo
Que andam doando por aí,
Espetáculos
Que abraçam com seus tentáculos
Até são Capazes de entreter
A ponto que a qualquer vacilo,
Desmemoriado,
As injustiças esquecerá,
E o tempo nem mais perceberá,
Capaz de olhar pra você
e ver-se espelho,
Ou protagonista
Com cara de tonto,
Gênio, artista pra
Quem tá na plateia,
Batendo ponto.
Feito armentio diante da alcateia.
Se não entendeu eu traduzo:
Em banquete de lobos, como ovelhas.
Parado! Isso é um abuso!
Quem aqui é o bobo
E quem aqui é o povo?
Quem aqui assiste à rede
Que te enrola feito polvo?
Capaz de me fazer as injustiças esquecer
Capaz de nem sentir o tempo passar
Só em ver você me entreter
Só em ver você me respirar.
Mas nosso caminho é diferente,
E diferente é nossa gente,
Que não precisa de tomada,
E vem sem tecla off.
A direção é regulada
De acordo com a estrofe.
Nossa mídia é pão na chapa
Com uma média a um real
No canal canalizada
Meio a meio com um canibal.
Não quero ver
Mesmo que você diga
Que temos tudo a ver
Não quero ser convidado
Pra festa do seu advogado.
Regada de tudo aquilo
Que andam doando por aí,
Espetáculos
Que abraçam com seus tentáculos
Até são Capazes de entreter
A ponto que a qualquer vacilo,
Desmemoriado,
As injustiças esquecerá,
E o tempo nem mais perceberá,
Capaz de olhar pra você
e ver-se espelho,
Ou protagonista
Com cara de tonto,
Gênio, artista pra
Quem tá na plateia,
Batendo ponto.
Feito armentio diante da alcateia.
Se não entendeu eu traduzo:
Em banquete de lobos, como ovelhas.
Parado! Isso é um abuso!
Quem aqui é o bobo
E quem aqui é o povo?
Quem aqui assiste à rede
Que te enrola feito polvo?
Capaz de me fazer as injustiças esquecer
Capaz de nem sentir o tempo passar
Só em ver você me entreter
Só em ver você me respirar.
Mas nosso caminho é diferente,
E diferente é nossa gente,
Que não precisa de tomada,
E vem sem tecla off.
A direção é regulada
De acordo com a estrofe.
Nossa mídia é pão na chapa
Com uma média a um real
No canal canalizada
Meio a meio com um canibal.
O outro último pau-de-arara
Vou p´ra qualquer lugar
Sou livre e tenho opinião
Por onde eu ingressar
Verão a minh´expressão.
Desculpe-me pela mágua
Ainda não foi destilada
Guardo no peito esta frágua
Do último pau-de-arara.
Disseram que distorceram
Aquele velho passado
Tornaram-no esquecido
Trancaram com cadeado
Mas a lembrança não se apaga
É a cicatriz que virou chaga
Levo na mala esta marca
Do último pau-de-arara.
Aquele velho verdugo
Que fez da farda um pijama
É tão ultrajante e bigodudo,
Hoje só chora e mama.
Se eu o encontro na estrada
Digo bem na sua cara:
"Será que você ainda resguarda
O último pau-de-arara?"
Amordaçaram um povo
Calaram as passeatas
Prenderam quem era novo
Deixaram os magnatas
Como gado fizeram massas
Sedadas com ferro em brasa
E pílulas televisionadas
Longe do último pau-de-arara.
Mas lá estive um dia
Em couro, carne e osso
Fizeram lobotomia
Jogaram tudo no fosso
Tristes foram os camaradas
Tidos como "da pesada"
Mas queriam salvar a pátria
Do útlimo pau-de-arara
Viera então a anistia
Voltaram tudo do zero
Passaram a mão na cabeça
Do baixo e do alto clero
Com nossa força desarmada
Pintaram a nossa cara
Engavetaram as atas
Do último pau-de-arara.
Mas nesta terra hoje surge
Desejo pela verdade
E o povo todo que urge
A paz em toda cidade
E eu também vou cutucá-la
Esta ferida que não sara
Quero tirar da minha alma
O último pau-de-arara
Sou livre e tenho opinião
Por onde eu ingressar
Verão a minh´expressão.
Desculpe-me pela mágua
Ainda não foi destilada
Guardo no peito esta frágua
Do último pau-de-arara.
Disseram que distorceram
Aquele velho passado
Tornaram-no esquecido
Trancaram com cadeado
Mas a lembrança não se apaga
É a cicatriz que virou chaga
Levo na mala esta marca
Do último pau-de-arara.
Aquele velho verdugo
Que fez da farda um pijama
É tão ultrajante e bigodudo,
Hoje só chora e mama.
Se eu o encontro na estrada
Digo bem na sua cara:
"Será que você ainda resguarda
O último pau-de-arara?"
Amordaçaram um povo
Calaram as passeatas
Prenderam quem era novo
Deixaram os magnatas
Como gado fizeram massas
Sedadas com ferro em brasa
E pílulas televisionadas
Longe do último pau-de-arara.
Mas lá estive um dia
Em couro, carne e osso
Fizeram lobotomia
Jogaram tudo no fosso
Tristes foram os camaradas
Tidos como "da pesada"
Mas queriam salvar a pátria
Do útlimo pau-de-arara
Viera então a anistia
Voltaram tudo do zero
Passaram a mão na cabeça
Do baixo e do alto clero
Com nossa força desarmada
Pintaram a nossa cara
Engavetaram as atas
Do último pau-de-arara.
Mas nesta terra hoje surge
Desejo pela verdade
E o povo todo que urge
A paz em toda cidade
E eu também vou cutucá-la
Esta ferida que não sara
Quero tirar da minha alma
O último pau-de-arara
Sinto sua graça
Sinto muito, baby,
Pois não posso fazer nada,
Esta carência é uma ressaca danada,
Quem mandou inalar tudo numa só tacada.
Disfarça, só faça
Agora o mundo não tem graça,
Vou te encontrar outras vezes nesta praça,
A gente pode se encontrar, se ver,
Beber, sorrir, cair na gargalhada,
E o que passou já passou,
Você não é tão importante,
Apenas siga adiante,
Me estenda a mão,
Diga sim dizendo não,
Só assim você tem graça.
Pois não posso fazer nada,
Esta carência é uma ressaca danada,
Quem mandou inalar tudo numa só tacada.
Disfarça, só faça
Agora o mundo não tem graça,
Vou te encontrar outras vezes nesta praça,
A gente pode se encontrar, se ver,
Beber, sorrir, cair na gargalhada,
E o que passou já passou,
Você não é tão importante,
Apenas siga adiante,
Me estenda a mão,
Diga sim dizendo não,
Só assim você tem graça.
Dramático
Pirilampo, andarilho,
Mulambo sem abrigo,
Violeiro de trovas repetidas,
Cancioneiro de ladaínhas
Cheias de melancolia,
Porém salpicadas de melodias.
Mas quando festivas serpentinas,
Assim, repentinas,
Surgem furtivas e tornam trovas poesia,
Enegreço minha vista,
Entorpeço as narinas,
E dispo a alma vestida
Do espartilho escarnecido,
Da camisa dos enlouquecidos,
Das muralhas amarradas a tantas outras vestidas,
E das ladaínhas antes tingidas
De verniz da melancolia que me inspira,
Assopro como Deus o barro sagrado.
De pirilampo prostrado,
Viro boêmio na avenida
Em plena quarta de cinzas,
Com fantasia própria,
Sem esperar o fim da felicidade
Nem o início da noite sóbria.
Como andarilho, sigo.
E em cada passo,
Encontro o inesperado.
Será acaso, coincidência,
Na próxima esquina,
Deparar-me, assim,
Com tua presença?
Mulambo sem abrigo,
Violeiro de trovas repetidas,
Cancioneiro de ladaínhas
Cheias de melancolia,
Porém salpicadas de melodias.
Mas quando festivas serpentinas,
Assim, repentinas,
Surgem furtivas e tornam trovas poesia,
Enegreço minha vista,
Entorpeço as narinas,
E dispo a alma vestida
Do espartilho escarnecido,
Da camisa dos enlouquecidos,
Das muralhas amarradas a tantas outras vestidas,
E das ladaínhas antes tingidas
De verniz da melancolia que me inspira,
Assopro como Deus o barro sagrado.
De pirilampo prostrado,
Viro boêmio na avenida
Em plena quarta de cinzas,
Com fantasia própria,
Sem esperar o fim da felicidade
Nem o início da noite sóbria.
Como andarilho, sigo.
E em cada passo,
Encontro o inesperado.
Será acaso, coincidência,
Na próxima esquina,
Deparar-me, assim,
Com tua presença?
Brinca-lho-ão!
Ata-me, atabaque!
Busque-me no breque,
Mostre-me batuques,
Mata-me de enfartes!
Não cesse neste baque,
Descasque este moleque,
Caindo em recalques,
Catarse de pileques.
Cuspa-me aos cacos,
Jogue-me aos montes
Arranque-me nacos
De risos desta fronte
Edite-me, edite-me, edite-me
Medite, medite, medite.
Busque-me no breque,
Mostre-me batuques,
Mata-me de enfartes!
Não cesse neste baque,
Descasque este moleque,
Caindo em recalques,
Catarse de pileques.
Cuspa-me aos cacos,
Jogue-me aos montes
Arranque-me nacos
De risos desta fronte
Edite-me, edite-me, edite-me
Medite, medite, medite.
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