domingo, 20 de abril de 2008

Poema abandonado num comentário II

Na beira do rio, dorme o seixo de pedra.
Pego-o, olho e penso: sou temporal e passageiro,
E ele, tão velho quanto o mundo inteiro.
Sinto sua massa, mistura de areia e de outros minérios e minerais.
Finito, ele é só o pedaço do horizonte sem fim que esconde.
Seu contorno é a linha de separação
Entre ele e o resto do universo infinito.
Seu volume enche o que estaria em seu lugar:
O que se vê é silhueta no nada.
Ele atrai a Terra e o resto de todo o mundo
Com a mesma força com que afunda em minha mão.
Simples seixo, concentra em si os seus mistérios.
Sim, todos os que residem dentro de mim.

(Elvé Monteiro de Castro)

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