Lendo as reportagens desta segunda-feira, bateu uma saudade de Cacciola. Não do Salvatore. Há sete anos atrás, minha mãe ganhou um casal de gatos vira-latas. O macho, ainda filhote, brincava serelepe com a fêmea, Lili, que o deixou com uma fenda cortada na orelha, como a dos gatos da turma do Manda Chuva. Meu pai o batizou de Cacciola.
Gato de rua, ficava em casa apenas durante o dia, quando queria conforto, comida e afagos. À noite, saía para a rua de cima e se misturava com outros gatos atrás de aventuras: passarinhos perdidos, miados à lua-cheia, gatas no cio (que pena que era castrado!).
Eu o chamava de "gato-tapete", de tão manhoso e folgado. Chegava em casa e deitava como um tapete de boas vindas. Era um bicho boa praça. Mas um desalmado vizinho, dando uma de agente da carrocinha, resolveu envenenar os bichanos. Cacciola não sobreviveu, e foi encontrado morto, estirado na calçada com corpo endurecido.
O outro Cacciola, o Salvatore, era um banqueiro que se aproveitou da instável economia brasileira para comprar dólares a preço de banana do Banco Central. Tudo com o aval do então presidente da instituição, Francisco Lopes. É bom deixar claro que estes dólares comprados foram, na verdade, dinheiro público, o equivalente a R$ 1,5 bilhão.
Então as reportagens resolveram lembrar de Salvatore, que foi pego pela Interpol em Mônaco dias atrás, depois de sete anos foragido. O Globo noticiou e a Folha explicou. Mas da lembrança, ficou o esquecimento de que era época de Fernandinho Henrique Cardoso na presidência. O nome do ex-presidente da República pelo PSDB nem é citado nos links.
Pra quê lembrar? Em época de campanha de "limpeza" de Brasília, os abutres de sempre esperam ansiosos para volta dos velhos tempos, quando o Brasil rumava nos trilhos da "mudernidade" neoliberal. E Fernandinho, agora que se prepara engomado a ser padrinho desta retomada, deve ser blindado como nunca.
Gato de rua, ficava em casa apenas durante o dia, quando queria conforto, comida e afagos. À noite, saía para a rua de cima e se misturava com outros gatos atrás de aventuras: passarinhos perdidos, miados à lua-cheia, gatas no cio (que pena que era castrado!).
Eu o chamava de "gato-tapete", de tão manhoso e folgado. Chegava em casa e deitava como um tapete de boas vindas. Era um bicho boa praça. Mas um desalmado vizinho, dando uma de agente da carrocinha, resolveu envenenar os bichanos. Cacciola não sobreviveu, e foi encontrado morto, estirado na calçada com corpo endurecido.
O outro Cacciola, o Salvatore, era um banqueiro que se aproveitou da instável economia brasileira para comprar dólares a preço de banana do Banco Central. Tudo com o aval do então presidente da instituição, Francisco Lopes. É bom deixar claro que estes dólares comprados foram, na verdade, dinheiro público, o equivalente a R$ 1,5 bilhão.
Então as reportagens resolveram lembrar de Salvatore, que foi pego pela Interpol em Mônaco dias atrás, depois de sete anos foragido. O Globo noticiou e a Folha explicou. Mas da lembrança, ficou o esquecimento de que era época de Fernandinho Henrique Cardoso na presidência. O nome do ex-presidente da República pelo PSDB nem é citado nos links.
Pra quê lembrar? Em época de campanha de "limpeza" de Brasília, os abutres de sempre esperam ansiosos para volta dos velhos tempos, quando o Brasil rumava nos trilhos da "mudernidade" neoliberal. E Fernandinho, agora que se prepara engomado a ser padrinho desta retomada, deve ser blindado como nunca.
Um comentário:
É, caro Pedro,
Nem todos os gatos são pardos...
Abraço
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