Todos os dias, faça chuva ou sol, os moradores ao longo de toda a extensão das ruas Amaro Cavalcante e Clarimundo de Melo, ruas principais que cortam os bairros de Engenho de Dentro, Piedade e Quintino, Zona Norte do Rio, têm o costume de colocar os lixos domésticos nas calçadas, ao pé dos postes, a espera dos caminhões da Comlurb. Quem passou por estas vias durante o temporal, percebeu como haviam se tornado um caldeirão de sacos plásticos de supermercado cheios de lixo, destruídos ou fechados com apressados nós.
Como colocar a culpa por tragédias decorrentes de hábitos culturais tão atrelados ao comportamento de quem chora e pede piedade? O sofrimento da família que perdeu o filho de 9 anos afogado pelas enchentes contrastava com a euforia dos moradores diante à paisagem dantesca que fez de suas calçadas um rio de barrentas águas imundas. Crianças e adolescentes pulavam as marolas cheias de lixo que surgiam a cada veículo que passava. As imagens divulgadas na TV mostravam o menino de 9 anos tentando retirar um bueiro, talvez por puerilidade ou tentativa de solucionar a catástrofe.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Duas duras realidades
Dura realidade I "Quando a lenda se transforma num fato, publica-se a lenda", disse o jornalista sensacionalista do clássico f...
-
Cuspo um texto de meu escarródromo mental. Uma crônica ficcional, nada muito normal aos olhos da multidão passageira, ao comportamento compo...
-
Acabo de devorar um sonho. Tão rápido que nem percebi Que virou realidade.
-
Vi você naquela esquina, Na vitrine da sapataria Ao lado de uma esguia manequim Se puxasse assunto, Ou ao menos desejasse bom dia, Talvez vo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário