Vi você naquela esquina,
Na vitrine da sapataria
Ao lado de uma esguia manequim
Se puxasse assunto,
Ou ao menos desejasse bom dia,
Talvez você não estivesse afim.
Achei você na janela do metrô
Aglomerada entre milhares de olhares,
Olhares sem sentido.
O metrô freou,
A gente se esbarrou,
O friozinho na barriga
Que você sentiu
É o mesmo que eu sinto
Se eu for, você vem?
Nossa volta é nossa ida,
E assim nos encontraremos
Sempre em alguma esquina
Em inesperadas quinas,
Em nossas próprias ilhas,
Em pilhas e pilhas
De sinas,
E os demais sinais
Iluminarão nossos ais.
Ontem sonhei com você
E até pensei em ligar de madrugada
Sei bem como seria
Seu sorriso antes de me atender.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
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