Há um capítulo no Kama Sutra chamado "Golpes e gritos de amor", que eu adaptei da seguinte forma:
Se o amor, por natureza,
É sentir suavidade na dureza,
Vou te surrar com amor
Te violentar com uma flor,
E atiçar o prazer desta doce dor.
Minha natureza é ser mais duro que você,
Deixei a piedade na saída.
Mas te vejo delicada e tão tímida.
Se eu bater, será que você grita?
Mas se a paixão sufoca,
E a postura especial excita,
Valem estes costumes do país:
O homem é quem escreve,
E a mulher é quem diz.
Mas muitas vezes a paixão inflama,
E o pensamento não tem causa ou consequência,
Assumo esta pura violência,
E te aprisiono nos lençóis da minha cama.
O sexo perturba o equilíbrio
Com anseios e desejos pitorescos
Que afloram a imaginação de um homem,
E quando faz amor é mais estranho que grotesco.
E cavalgamos feito cavalo alado
Explorando a relva deste vasto prado,
Mas não exerga, feito cego que tateia,
Crava unhas, mostra dentes,
Cerra punhos, reza o terço.
Procure sempre recordar:
Ela é mais fraca que você,
Mas sua paixão é bem mais forte,
E como nem todas gostam de apanhar,
Pense duas vezes pra ver no que vai dar.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
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