quinta-feira, 9 de junho de 2011

Golpes e gritos de amor

Há um capítulo no Kama Sutra chamado "Golpes e gritos de amor", que eu adaptei da seguinte forma:

Se o amor, por natureza,
É sentir suavidade na dureza,
Vou te surrar com amor
Te violentar com uma flor,
E atiçar o prazer desta doce dor.

Minha natureza é ser mais duro que você,
Deixei a piedade na saída.
Mas te vejo delicada e tão tímida.
Se eu bater, será que você grita?

Mas se a paixão sufoca,
E a postura especial excita,
Valem estes costumes do país:
O homem é quem escreve,
E a mulher é quem diz.

Mas muitas vezes a paixão inflama,
E o pensamento não tem causa ou consequência,
Assumo esta pura violência,
E te aprisiono nos lençóis da minha cama.

O sexo perturba o equilíbrio
Com anseios e desejos pitorescos
Que afloram a imaginação de um homem,
E quando faz amor é mais estranho que grotesco.

E cavalgamos feito cavalo alado
Explorando a relva deste vasto prado,
Mas não exerga, feito cego que tateia,
Crava unhas, mostra dentes,
Cerra punhos, reza o terço.

Procure sempre recordar:
Ela é mais fraca que você,
Mas sua paixão é bem mais forte,
E como nem todas gostam de apanhar,
Pense duas vezes pra ver no que vai dar.

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