Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Como colocar a culpa por tragédias decorrentes de hábitos culturais tão atrelados ao comportamento de quem chora e pede piedade? O sofrimento da família que perdeu o filho de 9 anos afogado pelas enchentes contrastava com a euforia dos moradores diante à paisagem dantesca que fez de suas calçadas um rio de barrentas águas imundas. Crianças e adolescentes pulavam as marolas cheias de lixo que surgiam a cada veículo que passava. As imagens divulgadas na TV mostravam o menino de 9 anos tentando retirar um bueiro, talvez por puerilidade ou tentativa de solucionar a catástrofe.
Não me pergunte por que
Quem-Como-Onde-Qual-Quando-O Que?
Deus, Buda, O tudo, O nada, O ocaso, O cosmo
Como o cosmonauta busca o nado, o nada
Seja lá o que for, já é
Não me obrigue a comer
O seu escreveu não leu
Papai mordeu a cabeça
Do Dr. Sugismundo
Porque sem querer cantou de galo
Cada cabeça é um mundo Gismundo
Antes de ler o livro que o guru lhe deu
Você tem que escrever o seu
Chega um ponto que eu sinto que eu pressinto
Lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora
No coração e no sol, no meu peito eu sinto
Na estrela, na testa, eu farejo em todo o universo
Que eu to vivo
Que eu to vivo
Que eu to vivo, vivo, vivo como uma rocha
E eu não pergunto
Porque já sei que a vida não é uma resposta
E se eu aconteço aqui se deve ao fato de eu
simplesmente ser
Se deve ao fato de eu simplesmente
Mas todo mundo explica
Explica, Freud, o padre explica, Krishnamurti tá
vendendo
A explicação na livraria, que lhe faz a prestação
Que tem Platão que explica, que explica tudo tão bem vai lá que
Todo mundo explica
protestante, o auto-falante, o zen-budismo,
Brahma, Skol
Capitalismo oculta um cofre de fá, fé, fi, finalismo
Hare Krishna, e dando a dica enquanto aquele
papagaio
Curupaca e implica
Com o carimbo positivo da ciência que aprova
e classifica
Tem lápis de calcular
Que é mais que a ciência tem?
Borracha pra depois apagar
Você já foi ao espelho, não?
nego?
Então vá!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Madrugada vagaba
Pois, noctívago, saí a vagar
Pela vagabunda madrugada,
Que nada faz e tudo silencia,
E só assim me permite ouvir
Seu estrondoso sussurro, que me diz:
-Aproveita, daqui a pouco é dia.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Outro mundo possível
Cliquem e confiram a "sinfonia":
http://narrativasparaumoutromundopossivel.wordpress.com
Mas algumas vezes me encontro
Perdido como um pinto no lixo,
Ou largado na calçada
Como um chinelo esquecido que perdeu o par,
Mas que caminha chutado pela alta madrugada.
Essa rua, essa rua,
Bem que poderia ser minha,
Mas esse paralelepípedo agora me pertence,
Ao menos até quando me servirem
O sol da manhã.
A desobediência
ser um subalterno no comando,
Ou mesmo servo e instrumento útil
A qualquer Estado soberano deste mundo."
Duas duras realidades
Dura realidade I "Quando a lenda se transforma num fato, publica-se a lenda", disse o jornalista sensacionalista do clássico f...
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Cuspo um texto de meu escarródromo mental. Uma crônica ficcional, nada muito normal aos olhos da multidão passageira, ao comportamento compo...
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"Eu pensei que a lua não brilhasse, sob os mortos no campo da guerrilha, sobre a relva que encobre a armadilha ou sobre o esconderijo d...
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Na beira do rio, dorme o seixo de pedra. Pego-o, olho e penso: sou temporal e passageiro, E ele, tão velho quanto o mundo inteiro. Sinto sua...