Quando se faz da mente ornamento,
Subverte-se a cabeça a um orifício,
A um caminho de passagem
De excremento.
Antes fosse recipiente o consciente,
Pensamento que fertiliza.
E nem se sabe onde se deixa
Esta latrina!
Se canalizam-se as vias,
Ou concretizam-se as sinas,
Nem se poluem os sórdidos regatos
De devaneios mal pensados.
Passam apressadas as águas futuras,
Incolores, inodoras e insípidas.
Então cantarei o decantado,
O detrito deste lado,
Verei da foz os arrebóis,
Pois aqui fico inspirado,
Mas com o nariz tapado!
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
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