Tantas fábulas confabuladas
Conformadas em bulas
Burladas por burros de cargas.
Nas rédeas não arredam os pés
Descalços os sábios que marcam
A ferro e fogo as foices e martelos.
Misturam-se paródias e rapsódias
De cavaleiros andantes e res desgarradas
Numa descompassada mixórdia de passos
Passados, presentes e futuros.
E acabam submetidos em confusão
Porque transgridem a subversão.
O moralista ainda tenta
Desmoralizar a multidão,
Mas, na moral,
Assim o amoral moraliza-se,
Enjoa da rebeldia
Que de tão sem causa acaba
Perdendo as calças.
E não é só o rei que fica nu,
Toda plebe acaba mostrando as vergonhas
E quem fica vestido envergonha-se.
Verso o reverso pelo avesso do avesso
Já que diversas são agora as artes que enalteço.
Antes que me esqueça
Todos os personagens de seus monólogos
São ventrílocos sem platéia
Logo, de que vale a encenação?
Vale o quanto a consciência pesa.
Aí o José, irmão do João do Pé de Feijão,
Subiu lá no castelo do gigante
E achou pêlo loiro
No ovo da galinha dos ovos de oiro.
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
sexta-feira, 14 de março de 2008
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