terça-feira, 19 de novembro de 2013

Acrobata da dor



Gargalha, ri, num riso de tormenta,
Como um palhaço, que desengonçado,
Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
De uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
Agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta, clown, varado
Pelo estertor dessa agonia lenta...

Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! Reteza os músculos, reteza
Nessas macabras piruetas d´aço...

E embora caias sobre o chão, fremente,
Afogado em teu sangue estuoso e quente,
Ri! Coração, tristíssimo palhaço.

(Cruz e Souza)

sábado, 16 de novembro de 2013

Drops

Muito boa tarde, senhores passageiros
Peço-lhes a palavra com todo respeito
Poderia estar roubando ou ser daqueles
Que não tem jeito,
Mas de cara corajosa e peito aberto,
Ofereço o passatempo da viagem duradoura,
Que começa na semente e termina em manjedoura,
Que inicia destemida e acaba sofredora,
E o tempo em cima passa,
E no espaço ficam marcas,
Se o senhor marcar bobeira,
Mas deixa de fiar esta conversa
Que eu não estou de brincadeira,
Leva um quem pagar mais
Amarra o santo, prende na cadeira,
Mas trago um drops de mente
Mais barata que o maior barato
De marca chamada mundo
Vindouro neste coletivo estribeiro.
É a mais nova promoção do camelô.

Duas duras realidades

Dura realidade I "Quando a lenda se transforma num fato, publica-se a lenda", disse o jornalista sensacionalista do clássico f...