Então os orifícios oráculos se reuniram para discutir quem era mais poderoso como dono do mundo.
Os olhos iniciaram a peleja:
- Nós tudo vemos, tudo analisamos...
Os ouvidos se defenderam:
- Mas se cegos, não há nada a escapar de nós, os ouvidos!
E foram retrucados pelas narinas:
- Ora, mas que audácia! Sem nossa presença, não há respiração, inspiração, expiração...
Só que a boca se manifestou:
- Inspiração? Expiração? Também faço isso! E ainda recito palavras sagazes e transformadoras!
Enquanto discutiam, um orifício calado ficava no seu canto, quieto, trancado. Nada dizia. Sentia-se preso.
Cada vez mais que se prendia, mais apertava sua angústia.
Nisso, os olhos começaram a lacrimejar; os ouvidos se entupirram; as narinas ofegaram; e a boca não se conteve:
- Solta aí, cu! Senão todo mundo explode!
Não havia mais dúvida, era ele o mais poderoso dono do mundo.
Os olhos iniciaram a peleja:
- Nós tudo vemos, tudo analisamos...
Os ouvidos se defenderam:
- Mas se cegos, não há nada a escapar de nós, os ouvidos!
E foram retrucados pelas narinas:
- Ora, mas que audácia! Sem nossa presença, não há respiração, inspiração, expiração...
Só que a boca se manifestou:
- Inspiração? Expiração? Também faço isso! E ainda recito palavras sagazes e transformadoras!
Enquanto discutiam, um orifício calado ficava no seu canto, quieto, trancado. Nada dizia. Sentia-se preso.
Cada vez mais que se prendia, mais apertava sua angústia.
Nisso, os olhos começaram a lacrimejar; os ouvidos se entupirram; as narinas ofegaram; e a boca não se conteve:
- Solta aí, cu! Senão todo mundo explode!
Não havia mais dúvida, era ele o mais poderoso dono do mundo.