Vocaboilário é de nossa lavra,
O boi animal sagrado
Do tempo dos faraós.
Em São Luis festejado
No bumba alegre bailado
Que vem dos nossos avós.
Pois o boi, nossa ilha,
Que é sucesso, é maravilha,
Com festa no calendário,
Mereceu por seu valor,
Que este humilde trovador
Criasse o vocaboilário,
Assim conforme se prova
Por esta linguagem nova:
Boi que dança é boilarino,
Boi pedante é caboitino,
Boi do mato é boitocudo,
Boi pernóstico é boiçal,
Boi pau d’água é boirracho,
Boi farrista é boiêmio,
Que adora dançar boileros,
E suas mágoas abate na mesa do boitequim.
Porém se o casal é chique,
Vive a vaca na boitique,
Vive o boi na boiate.
Chapéu de vaquinha é boina,
De bezerro é boiné,
Moleque é boistroina,
E boi bom de boila é Pelé.
Boi da Bahia é boiano,
Que uma vez por ano vê
O Senhor do Boifim.
Tem nome de Ferdinando
O boi que anda reboilando,
Pondo as patas nos quadris
E movendo os olhos castos,
Adora cheirar nos pastos
Boínas e boi garis.
Boi que boicota o capanga,
Faz saboitagem na canga,
E aboimina o capataz.
É boi aboilicionista
Que só vantagens conquista
Nos reboiliços que faz.
É boi de fala boinita,
Boi forte, boi manda chuva
E quando faz seus comícios
Cultivando a flor do laço,
Lembra José Boinifácio
E Quintino Boicaiúva.
Defino o fim desta obra
E que boibagem se desdobra,
Ao invés de dizer "bye, bye",
Eu digo a vocês "boi, boi"
(Zé Brasil)
Porque é dela onde brotam fungos, transforma-se húmus, sucumbem túmulos, surgem larvas que se multiplicam e irradiam cheiro, cor e o ciclo da vida faz-se em flor.
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